sábado, 14 de janeiro de 2012

Apenas Um Acidente

Boa Madrugada...


Trago de volta mais um pedacinho da Polly, espero que apreciem !








CAPITULO 17



Nossos dias de descanso se converteram em uma vida de sonhos para mim, ao lado de Miguel não me sentia mais sozinha, tinha certeza de ser importante para alguém, sem cobranças, sem tristezas ou medos.

Com o tempo poderia expor todos os meus horrores do passado pois sei que teria o apoio de Miguel para continuar meu caminho, a partir de agora eu queria somente viver para ele, construir um novo mundo, deixar toda a dor para trás.

Toda a felicidade que criei naquele mundo onde somente nós dois existíamos, onde nos amávamos sempre que nos encontrávamos sozinhos, onde eu podia despertar com a cabeça em seu peito, sentindo seus dedos passando pelo meu cabelo, pela minha pela pele, deixando sua marca a cada toque.

Quando a vida voltou a seu normal, com trabalho, faculdade, pais, senti falta daqueles momentos, que eram compensados apenas pela presença constante de Miguel em minha vida.

Enfrentando meu pai e meus irmãos, ele se impôs em minha vida, me carregando consigo a todos os lugares, sempre amoroso e prestativo. Sentia como se quisesse me compensar de toda e qualquer dor que tive.

Em mais um dia de faculdade fiquei distraída com meu projeto, à biblioteca estava praticamente vazia, somente eu e alguns alunos aproveitavam o horário do intervalo para estudar, praticamente empurrei Miguel para o refeitório implorando que me deixasse estudar um pouco e que no horário de saída nos encontraríamos.

Senti uma presença nas minhas costas, levantei meu olhar do livro de urbanismo que pesquisava e deparei com a guria de cabelos castanhos, ela estava linda em um vestido perigosamente curto e colado ao corpo, de braços cruzados me encarava com um meio sorriso.

- Então você é uma ratinha de biblioteca? – a zombaria em sua voz me dizia que ela queria briga, eu não a conhecia e não me interessava brigar com ela.

- Não sou uma ratinha de biblioteca, estou apenas fazendo o que se faz em uma biblioteca estudando, então se não é alguma dúvida que queira tirar sobre urbanismo, não posso ajudá-la. – respondi calma e pausadamente.

- Ahhhh, não preciso da sua ajuda! Só vim te dar um aviso. – disse sorrindo, com um brilho divertido no olhar.

- Se eu estivesse procurando por informações, iria até a reitoria por elas, mas obrigada pela oferta. – disse enquanto voltava minha atenção ao livro.

Virei-me novamente quando ela pega pelo meu rabo de cavalo, aproximando seu rosto do meu, me fazendo sentir seu cheiro picante e enjoativo.

- O aviso ratinha é para aproveitar o que pode do Miguel, porque antes que você perceba ele estará comigo novamente – seu aperto ao meu cabelo fica cada vez mais forte. – E não pense que vou deixar você roubar o que é meu.

Sem nenhuma oportunidade de defesa ela soltou meu cabelo com um forte empurrão, e se afastou da minha mesa com seu andar rebolativo, fiquei totalmente sem ação, o que eu poderia fazer com uma guria em fúria? Miguel não era um objeto para possuir, mas ela era linda, como eu poderia competir com isso?

Senti as dúvidas se apoderando da minha mente, abaixei a cabeça no livro e tentei respirar com calma para segurar as lágrimas que ameaçavam cair pelo meu rosto. Assustei-me quando uma mão familiar pousou em meu ombro, respirei fundo antes de me virar e ver o sorriso de Miguel para mim.

- Você está bem Cachos?

- Sim estou, é apenas uma dorzinha de cabeça que está começando. – gaguejei.

- Quer ir para casa? Nós podemos sair agora passar na farmácia, ou se quiser você fica em casa comigo e lhe dou uma massagem relaxante, o que acha? – falou de forma tão carinhosa que foi mais difícil ainda sorrir enquanto pensava em uma desculpa para me afastar para controlar minhas emoções, tudo o que eu queria é ser o suficiente para ele, mas sabia que nunca seria.

- Melhor deixar para outro dia está bem, quero somente ir para casa, vou ligar para o meu irmão, não se preocupe. -  respondi enquanto recolhia meu material de estudo.

- Ligar pra ele por quê? E eu? Você acha que vou te deixar ir pra casa assim? Não, eu mesmo lhe deixo na porta em segurança e se o seu pai permitir ainda a coloco na cama.

Sorrindo ele pegou minha mochila e segurou minha mão, caminhamos ate o estacionamento, Miguel sorria e descrevia uma partida de basquete que teve na quadra e de como ele pegou vários rebotes, eu apenas pensava no que aquela guria faria para estragar nosso namoro, ou o que eu poderia fazer para impedir isso.

- Cachos, vou ser obrigado a ficar nu no meio do estacionamento pra ter sua atenção?

- Claro... quer dizer não seu maluco! – sorri com a brincadeira.

- Então volta do mundo que tu estava e me diz o que está acontecendo, eu sinto que tem algo lhe incomodando.

Não pude evitar o sorriso se formar em meus lábios, é como se sentíssemos um ao outro, mas dessa vez eu teria que resolver isso sozinha.

- Não estava em mundo nenhum, Gatinho! É somente minha cabeça que dói cada vez mais.

Depois de nos despedirmos na portaria do meu prédio, corri para o meu refugio, não conseguia dormir, apenas pensava que talvez fosse melhor me afastar, tinha tanta coisa que ainda me assustava, e o medo de perdê-lo a cada dia aumentava, são tantas as minhas falhas, não posso obrigar Miguel a se afundar em meus traumas e medos, somente gostaria de fazê-lo feliz, sem que meu passado nos atormente.
Meu celular toca, me alertando o recebimento de uma nova mensagem, caminhei até a poltrona onde joguei minha bolsa. Abrindo meu celular, sorrio ao ver o nome de Miguel: 

"Cachos, que seu dodói sare logo, é que amanhã quero e preciso de muitos beijinhos, te amo".

Lendo coisas assim, me deixava agradecida por ser amada e me dava a esperança de que talvez, apenas talvez tudo desse certo.










1 comentários:

And_Rodrigues disse...

Mais um capitulo incrível dessa história linda, e tão cativante. Torcendo pelos dois, e espero que post em breve mais de "Apenas um Acidente".

Parabéns

P AmoDoro

^PAR^

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